sexta-feira, 21 de agosto de 2009

"Negros" preferem ser pretos

Um estudo do sociólogo Simon Schwartzman, ex-presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), intitulado "Fora de foco: diversidade e identidades étnicas no Brasil", baseado em dados coletados na Pesquisa Mensal de Emprego de julho de 1998, apresenta um quadro intitulado "Cor ou raça que melhor identifica a pessoa", o qual demonstra que apenas 30,92% das pessoas entrevistadas que se identificaram como 'pretas' segundo a classificação do IBGE identificaram-se como 'negras' quando questionadas sobre a denominação com a qual preferiam ser identificadas. 44,41% dos que se definiram como pretos na classificação do IBGE manifestaram preferir ser identificados por este termo também na resposta aberta, enquanto 13% preferiram se identificar como 'morenas'.As categorias adotadas pelo IBGE são 'branca', 'preta', 'amarela', 'parda' e 'indígena'. As pesquisas foram realizadas nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre, cobrindo uma população de cerca de 90 mil pessoas. Mesmo não tendo havido pesquisas em cidades do Centro-Oeste e Norte, regiões com menores percentuais de populações "pretas" e maiores de "pardos" com marcante ancestralidade indígena, outro quadro da pesquisa apresentado, intitulado "Cor ou raça por origem", registra que os "pardos" no conjunto das cidades pesquisadas identificaram mais com uma origem "indígena" (8,89%) do que com uma origem "negra" (7,35%). Os "pardos" foram também os que percentualmente mais declararam sua origem como "brasileira" (93,90%). Quase sete porcento dos "pretos" identificaram-se como de origem indígena, 22,05% como de origem "negra" e 88,62% como de origem "brasileira". Apenas 2,59% dos "pardos" se identificaram como de origem "africana", comparado a "9,64%" dos "pretos" que registraram esta origem

domingo, 13 de julho de 2008